(((((:::MARGEM DAS HORAS:::)))))
À ternura pouca me vou acostumando
de um destino que me vai sendo escasso
conheço a minha morte, seu lugar esquivo
seu acontecer disperso...
Enquanto me adio de danos e enganos
em que vou silenciosamente rasgando os planos
Ávida enfim de azul,
meu grito vive a ponte que o abismo
há muito conquistou.
A chama é quase ausente e quase extinta
na margem das horas
em que já não me sinto
e vagarosamente me vou
À minha febre!
Hei de gritar,
cair, sofrer
— eu sei.
Inexorável princípio de tudo
quanto existirá. É ido o sonho
do fogo, sucumbe o corpo no vazio
enigma da cólera - que tal amor
matou-me a própria vida...