REFLEXÃO À "CANÇÃO DO EXÍLIO"
REFLEXÃO À CANÇÃO DO EXÍLIO...
Moacir S. Papacosta
O poeta exilado ressaltou:
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.”
Eu digo:
Minha Firminópolis não tem palmeiras,
Para que possa cantar o sabiá;
Pois o “homem” derrubou as matas
Para grandes invernadas formar.
Minha terra não tem palmeiras
Para que possa cantar o sabiá;
Mas tem águas cristalinas e solo de primeira...
Bacuris topam folhas, para debaixo, a boiada deitar.
Engorda só de ver as maravilhas do lugar...
Na minha terra não tem palmeiras
Para que possa o sabiá cantar;
Os sabiás, juritis e seriemas cantam com tristeza,
Querendo algo nos falar...
Parece que estão dizendo: - A terra do Divisor de Águas
Faltam sombras e frutas para nossas espécies perpetuar...
Saudoso Gonçalves Dias, poeta da “Canção do Exílio”:
- Como estarão as suas palmeiras onde cantava o sabiá?
Será que não foram extirpadas como as ricas matas do meu lugar?
Chore daí porque chorarei daqui, e, gritarei bem alto para todos escutar:
- Queremos reflorestamentos para garantia de vida aos seres deste planeta...
Queremos palmeiras para que possam cantar os sabiás;
Ar puro e água potável para que possamos dignamente aqui habitar...