REFLEXÃO À "CANÇÃO DO EXÍLIO"

REFLEXÃO À CANÇÃO DO EXÍLIO...

Moacir S. Papacosta

O poeta exilado ressaltou:

“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.”

Eu digo:

Minha Firminópolis não tem palmeiras,

Para que possa cantar o sabiá;

Pois o “homem” derrubou as matas

Para grandes invernadas formar.

Minha terra não tem palmeiras

Para que possa cantar o sabiá;

Mas tem águas cristalinas e solo de primeira...

Bacuris topam folhas, para debaixo, a boiada deitar.

Engorda só de ver as maravilhas do lugar...

Na minha terra não tem palmeiras

Para que possa o sabiá cantar;

Os sabiás, juritis e seriemas cantam com tristeza,

Querendo algo nos falar...

Parece que estão dizendo: - A terra do Divisor de Águas

Faltam sombras e frutas para nossas espécies perpetuar...

Saudoso Gonçalves Dias, poeta da “Canção do Exílio”:

- Como estarão as suas palmeiras onde cantava o sabiá?

Será que não foram extirpadas como as ricas matas do meu lugar?

Chore daí porque chorarei daqui, e, gritarei bem alto para todos escutar:

- Queremos reflorestamentos para garantia de vida aos seres deste planeta...

Queremos palmeiras para que possam cantar os sabiás;

Ar puro e água potável para que possamos dignamente aqui habitar...

Moacir Silva Papacosta
Enviado por Moacir Silva Papacosta em 21/05/2011
Reeditado em 21/05/2011
Código do texto: T2984537
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