MÁSCARA-Neila Costa

Neila Costa

Tiro a máscara

E me vêm os espantos

No meio de tantos

Promíscuos escândalos

Sinto-me perdida, vazia,

Nessa selva desumana e fria.

Minha vontade se perde

Na escrita do caminho

Onde me arrepio

E meu olhar se ergue

Para o romper de um novo dia.

As palavras me rasgam

Sangram minhas mãos

E com essa dolorosa tinta

Minha escrita cambaleia

E a imprimo na folha em branco

Da minha carne aberta...

Arrebento-me com as verdades cruas

Onde aprisiono meus gritos.

Escancaro as portas da realidade

Cheia de esperança...

Mas dela aos poucos se fecha o sinal.

Somente as chamas sobem

Neste mundo louco, cego, irreal!

Vaticino com palavras

Não pontuo o sentimento

Porque o que aqui transcrevo

Foi lavado no meu pranto

E coberto com o espanto

Deste meu jeito exagerado

De estar na vida e querer

Melhor motivo para viver.

Neila Costa
Enviado por Neila Costa em 22/11/2006
Reeditado em 03/11/2009
Código do texto: T298357
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