Um "oi"
Encontros, desencontros
Acasos, descasos
Do mesmo jeito que vem,
vai...
Aparições relâmpagos,
Relances, nuances.
Jogo rápido,
Partida partida,
esfacelada, repartida.
Não há escolha,
Só casualidade.
Não há momento,
Somente surpresas.
Nem movimento,
Apenas memória.
Depois de um olhar,
Outro olhar,
Depois de um sorriso,
O mesmo olhar,
E depois de tanto olhar,
Um “oi”.
Um oi.
Apenas um oi.
Para quem disse,
Um oi e ponto.
Para quem ouviu,
Aquele oi já seria
O início de tudo.
Um oi.
O mesmo oi –
O tudo e o nada,
O início e o fim,
Num único oi.
Bastou um oi
Para iludir, ludibriar,
Encantar, entorpecer.
Um oi foi suficiente
Para fazer os olhos
Seguirem procurando,
Nos ouvidos continuar
Sussurrando,
E o coração palpitar
Desejando...
Mais que o oi,
O depois do oi,
Quem disse o oi.
Porém, se foi... com o oi...
Refletindo em meus olhos
O brilho do relâmpago
E eletrocutando meu peito
Com a força do trovão.
(São José do Rio Preto, 16/10/2010)