Em que mesmo pensam aqueles olhos
Em que mesmo pensam aqueles olhos
Tão profundos e longos como a madrugada
Que estão vendo aquelas retinas
Imersas em neblina
Para onde se lança aquele olhar que tanto ensina
E que dolência é aquela de um solitário na esquina
Em que mesmo pensam aqueles olhos
E por que olham para dentro e para o imenso céu ao mesmo tempo
Se a fronte não levanta
Coberta de sol e de bonança
Em nome de Deus me diga
Em que pensam aqueles olhos
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**Poema inspirado no olhar de uma criança**
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Estive ausente, mas eis que novamente aqui estou e vem, como um iluminado pássaro da poesia, a abençoada conterrânea SARA GONÇALVES:
Teus olhos resguardados de mim
ão perfumados quanto à aurora
Ditam pensamentos sem fim
Nos versos do agora
Perdidos dentro do instante
Imerso na madrugada
A palavra concomitante
Tem sua forma transfigurada
O que me dizem os olhos teus
No simples espaço das tuas pálpebras
Serás um semi-deus,
Ou apenas me apavoras?
Quando me olhas em mistério
Plenamente consumido pelo pecado
Sou um ato de adultério
Compromissada com o acaso
Se teus olhos me escondem os pensamentos
Minha afronta te amedronta as horas
És mistérios dos meus tormentos
Sou onde moras
És chamado de tempo,
E eu de tua Senhora.