trinco de porta

hoje de manhã chorei.

dos meus olhos, descia minha cidade

alguns amigos que se foram

dos meus olhos desceu minha mangueira

a casa velha

e cada gota descia o muro branco da frente,

a escola na segunda série

minha maezinha, meu pai.

descia e descia

parei de chorar quando vi descer

braços, pernas

um pouco da barriga

parei de chorar nesse instante

quando me vi

aos pedaços, sair para o mundo

o medo foi insuportável

traquei a porta....

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 20/05/2011
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