A Musa.

A medida do modo que te vejo

Miragem que me envolve insubmissa

Que sonho inalcançável, pois almejo;

Mesmo a vista se mostra movediça.

A memória recorta no cortejo

Cada fato recorda uma premissa

Quando os olhos são vultos do desejo,

Tantos medos mantidos na cobiça.

Contradita do senso pelo avesso

A verdade nem sempre percebida

Fecho os olhos, enfim te reconheço,

Sendo a sina, meu ócio e minha lida

Luz e sombra do culto que padeço

Meu espelho sem fundo e sem saída.