RIO DO OURO

Nas nuvens derradeiras fráguas,

Erosão... na zombaria do vento

Turvam o tempo suas águas.

Rio que passa, que ninguém lembra mais,

Dentro do nojo, a lama

Impede-o de seguir adiante.

Procuram aqui, lá, acolá...

No esverdeado ao lado das margens

Letra feita na água, a transmutar.

Corre a impunidade, então...

E a lei, para que serve?

Ao rio (des)amado...

Sem significação!

Agora viajam no seu corrego,

Balançantes esgotos salientes

Que duras penas...

Desta berlinda infinita,

Pois, nossa "alma não é pequena".

O esgoto remove o verde e tudo abocanha,

Por pedregulhos entre lixo e detergentes

Qual rio que resiste a essa sanha.

Triste via...

O homem cava... aterra,

Muda o curso do rio

Queima, destrói suas nascentes

Esse é o futuro desse rio doente?

Agoniza a Natureza - DEVASTAÇÃO!

Águas sujas, poluídas ao leú

Que a noite desce... desequilíbrio - AGRESSÃO

Na querência da escuridão do céu.

MYRAMAR ROCHA - Jacobina/BA, 20 de maio de 2011.

MYRAMAR ROCHA
Enviado por MYRAMAR ROCHA em 20/05/2011
Código do texto: T2981350
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