Santuário
Entre sonhos maltratados
Parecendo praguejados
Encontramos a verdade
O que somos sem as metades.
Espaços dilatados
Vazios necessários
Onde mais somos amados.
O sangue corre esparramado
Até entre os mais finos becos
Lugares mais secos
Onde o amor fica alojado.
Protegidas pelo silêncio
Rosas e incensos
Erguem-se altares.
O sino a tocar
No campanário
A porta...o Santuário.
A imagem logo a frente
Da Mãe Rainha
Nobre presente.
Coração palpitando
Joelho se dobrando
Onde não somos entendidos
Pela dor do amor imerecido.
Asas começam alongar
Os pés sinto flutuar
Sem o peso do corpo mortal
Da cruz brutal.
Há só beleza nesse lugar
Elevando o que importa
Abrindo as comportas
Do amor divinal.