Sanfona da Lua
Assim que a lua raiá
depois que o sol se escondê
a sanfona vamo arribá
nóis la do brejo a cantá:
Ó São Pedro, e a chuva cade?!
sei quesse cantarolá
não faz a chuva descê
mas junta força (araiá)
qué pro meu povo entoá
esperando o céu nos benzê
Pra
banda de cá
muito cedin
o candieiro vai brilhá
Pra
nós levantá
cheio do viço
E essas brenha trabaiá
Força esse povo tem
por chão raxado vai
sem fé raxada e além
do pau de arara(iai)
As vêz corro é a procurá:
Cacimba barrenta cadê?
Isso é quando vou mais precisá
Da sanfona no brejo arribá.
Só tem barro ó S.Pedro; por que?
Me seguro é pra eu não chorrá
Quando bate essa cede a vencê
A boiada, que ta de lascá,
Cheia d´fome, d´sede a urrá.
Sem pele nem osso. E a carne... de que?!?!
Ai
Quero é cantá
Vida vificil;
Quero mais é afoga-
La
Num verso da
Canção mais leve
Que a sanfona vá sopra.
Vida difícil, ...é.
Mas pra que fácil(ai, ai).
É tão gloriosa. Amém.
Torna tão forte(ai, ai).
Força esse povo tem.
por chão raxado vai,
sem fé raxada e além
do pau de arara(iai).