Como um Deus, Passeando…

Pelo jardim imenso

Que é a humanidade

A sua maior criação

E ao mesmo tempo

A mais amarga

Bem cedo

E jamais tarde…

Porque Tarde

Pode ser tarde demais para a salvar

De caminhos estranhos

Para onde esta

Demasiadas vezes

Tem o hábito de derivar…

Tendo sentimentos dúbios

Sobre tudo

E até

Sobre a sua imortalidade

E que faz como um pintor

Quando tem vontade de religião

Simplesmente sai à noite

Para pintar as estrelas…

Com uma vontade de agarrar o que não fenece

O que não esmorece

Mas como Tudo

Acaba por ter um fim

Venera as estrelas que criou

Pela sua longa data de validade

Companhia silenciosa

Mas que acabam por durar isso

Uma possível

Mas datada Imortalidade…

E por isso ele se limita

A sentir

A caminhar

A reflectir

Porque embora tenha poder para tal

Falta-lhe a vontade

Para tudo transformar

Porque sabe

Que pouco depois

Tudo o que foi alterado

No mesmo estado

Que não lhe agrada

Acaba por ficar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 19/05/2011
Código do texto: T2979540
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.