Como um Deus, Passeando…
Pelo jardim imenso
Que é a humanidade
A sua maior criação
E ao mesmo tempo
A mais amarga
Bem cedo
E jamais tarde…
Porque Tarde
Pode ser tarde demais para a salvar
De caminhos estranhos
Para onde esta
Demasiadas vezes
Tem o hábito de derivar…
Tendo sentimentos dúbios
Sobre tudo
E até
Sobre a sua imortalidade
E que faz como um pintor
Quando tem vontade de religião
Simplesmente sai à noite
Para pintar as estrelas…
Com uma vontade de agarrar o que não fenece
O que não esmorece
Mas como Tudo
Acaba por ter um fim
Venera as estrelas que criou
Pela sua longa data de validade
Companhia silenciosa
Mas que acabam por durar isso
Uma possível
Mas datada Imortalidade…
E por isso ele se limita
A sentir
A caminhar
A reflectir
Porque embora tenha poder para tal
Falta-lhe a vontade
Para tudo transformar
Porque sabe
Que pouco depois
Tudo o que foi alterado
No mesmo estado
Que não lhe agrada
Acaba por ficar…