Luz

Nos olhos do idoso faz-se brilhar a luz

O fulgor resplandescente de um sonho eternizado

As primaveras de flores colhidas outrora

Hoje são o ramalhete seco no jarro d'água.

A esperança do amanhã na criança do hoje

É o desespero do adulto sem futuro do ontem

A espera pelos dias que não chegarão

Destrói a juventude do corpo do idoso

A mente que padece quando a alma se afoga

Destrói a bondade herdada outrora

Não lhe restam resquícios de primavera

Não lhe sobram nem pontos de luz