OCASO
Você me diz que não
Mas eu quero chegar
Todo local é um perigo
A cada sinal há um risco
Eu não posso parar.
Você me entende?
O sol nasce em expurgo
Revela-nos a verdade
E o mal existente.
Seu sorriso é tão puro
Você tão forte
Isso me contagia
Mas eu não posso parar.
Decido olvidar a técnica
E preceitos baratos
Quanto mais eu tento
Menos sou exato
Mundo, mundo, ó mundo vasto
O que é extenso é pouco profundo
O povo se acostuma com o escuro
Então a luz vem causar emplasto
Aos corações carentes.
Minha fragilidade está exposta
Não tenho nada a perder
Vencer sempre depende
Da oportunidade
Quando a paciência é temerária
Qualquer atitude teme represália
O silêncio pode ser mais eloquente
Que qualquer palavra
A gente aprende.
Por outro lado,
A solidão nunca foi um problema
Demais amargo
Só que, Amor, não se esqueça:
Sua companhia é mais
Que uma mera necessidade
Eu sofro, choro, caio e levanto
Seus braços me sustentam
Exortam e (me) emaranham
Nenhuma dúvida quanto a isso.
Não que agora importe
(para deixar registrado):
Desejo ser lembrado
Pelo que fiz em vida
E não por minha morte.
Nossos amigos nos esperam
Ali na esquina,
Sentados naquele pub
Eu te carrego pelas mãos
Ouça as cordas que tinem
Em si bemol
Vem sentir comigo
A vida que se esvai
Durante o pôr-do-sol.
Elmer Giuliano