OCASO

Você me diz que não

Mas eu quero chegar

Todo local é um perigo

A cada sinal há um risco

Eu não posso parar.

Você me entende?

O sol nasce em expurgo

Revela-nos a verdade

E o mal existente.

Seu sorriso é tão puro

Você tão forte

Isso me contagia

Mas eu não posso parar.

Decido olvidar a técnica

E preceitos baratos

Quanto mais eu tento

Menos sou exato

Mundo, mundo, ó mundo vasto

O que é extenso é pouco profundo

O povo se acostuma com o escuro

Então a luz vem causar emplasto

Aos corações carentes.

Minha fragilidade está exposta

Não tenho nada a perder

Vencer sempre depende

Da oportunidade

Quando a paciência é temerária

Qualquer atitude teme represália

O silêncio pode ser mais eloquente

Que qualquer palavra

A gente aprende.

Por outro lado,

A solidão nunca foi um problema

Demais amargo

Só que, Amor, não se esqueça:

Sua companhia é mais

Que uma mera necessidade

Eu sofro, choro, caio e levanto

Seus braços me sustentam

Exortam e (me) emaranham

Nenhuma dúvida quanto a isso.

Não que agora importe

(para deixar registrado):

Desejo ser lembrado

Pelo que fiz em vida

E não por minha morte.

Nossos amigos nos esperam

Ali na esquina,

Sentados naquele pub

Eu te carrego pelas mãos

Ouça as cordas que tinem

Em si bemol

Vem sentir comigo

A vida que se esvai

Durante o pôr-do-sol.

Elmer Giuliano

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 18/05/2011
Reeditado em 08/08/2022
Código do texto: T2978314
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