PRELÚDIO DO INVERNO

Ando pela noite enxovalhado,

Cabisbaixo, fitando as pedras,

A tórva sensação de ter falhado

Cambaleante e atrapalhado,

Olhando pelos cantos as medras.

Os postes refletiam luz de abajur

E eu vislumbrando uma mariposa

Que se debatia no poste sem glamour,

Me fez lembrar de mim, algur,

Como que se lhe custasse ser gagosa.

E um céu escuro num vago silente,

A brisa gélida que vem de prelúdio

De um inverno rigorosamente

Fustigante e muito promitente,

Fazendo d´alma um tripúdio.

Passo partilhar com as estrelas,

Apesar do brilho tão remoto

E a amplidão que vem arremetê-las

Pelos brilhos sem poder contê-las,

Na minha mente contemplo esta foto.

Ao longe, um estrondo na quietude,

Era um carro em algum lugar

Tomando parte nesta plenitude,

De ser sozinho, uma virtude,

Somente ter um bem para pensar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 18/05/2011
Reeditado em 18/05/2011
Código do texto: T2976955
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