PRELÚDIO DO INVERNO
Ando pela noite enxovalhado,
Cabisbaixo, fitando as pedras,
A tórva sensação de ter falhado
Cambaleante e atrapalhado,
Olhando pelos cantos as medras.
Os postes refletiam luz de abajur
E eu vislumbrando uma mariposa
Que se debatia no poste sem glamour,
Me fez lembrar de mim, algur,
Como que se lhe custasse ser gagosa.
E um céu escuro num vago silente,
A brisa gélida que vem de prelúdio
De um inverno rigorosamente
Fustigante e muito promitente,
Fazendo d´alma um tripúdio.
Passo partilhar com as estrelas,
Apesar do brilho tão remoto
E a amplidão que vem arremetê-las
Pelos brilhos sem poder contê-las,
Na minha mente contemplo esta foto.
Ao longe, um estrondo na quietude,
Era um carro em algum lugar
Tomando parte nesta plenitude,
De ser sozinho, uma virtude,
Somente ter um bem para pensar.
(YEHORAM)