SALA DE AULA

Todos os dias...
Eu nasço e morro
Eu sou velho e novo
Eu aprendo e desaprendo
Eu me arrasto e corro
Eu assisto o transitar do ontem e do hoje.
Eu sou o mais e também sou o menos.

Todos os dias...
Eu sou amargo e sereno
Eu sou grande e pequeno
Todo dia é um dia novo de novo.

Todo dia o nascer do sol me acena
Todo dia na escuridão da noite me perco.
Todo dia menos lembro e mais esqueço.

Todo dia o passado e o futuro me cumprimentam
Na partida e chegada diária e nesse interim
O presente me ignora e faz pouco caso de mim.


Todo dia tudo o que eu sou se afasta cada vez mais do meu cais
E o que eu nunca serei naufraga em mar bravio e sombrio
Em meio à tempestade que invade sem aparente alarde
Espalhando medo e deixando a alma dorida de tanta saudade
.


Zarondy, Zaymond. Verbos, verbetes, verborragias. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.
 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 17/05/2011
Reeditado em 17/04/2017
Código do texto: T2976633
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