Rosa Negra
Na colheita, terras que me pertencem
No solo, espaços para plantar
Uso sementes escuras, se umedecem
Ao plantio morto para germinar
Molduras, relatos do que passei
Flores coloridas, já não existem, eu sei
Ao tempo me iludi, me entreguei
Aos pesadelos, degraus que andei
Na mata, a terra morta
Nasce e cresce a rosa
Em Terra do cemitério, exposta
Um breu florido se mostra
A rosa marcada pela dor
Sem vida, beleza e cor
Faz jus na perda de um amor
E pedaços escuros de uma luz que se apagou
Na proporção do amadurecer
Sua cor viva já não pode ser
Ela reflete os atos, o meu sofrer
Pois morto no vale da morte, pude saber
Que a alma vive eternamente
E nessa Terra, outras flores vai nascer...