Que bobagem tudo isto
Que bobagem tudo isto
Pois sei, ando por aí
Estou, queira ou não
Um é dedo
Outro é mão
Voando pelos flocos de algodão
Que bobagem tudo isto
Pois pensamento não obedece
A gente fecha os ouvidos
Mas ele não esquece
Há vários mundos em cada ser humano
Uns causam prazer
Outros, desenganos
Que bobagem tudo isto
Pois se alguém me convida a sentar
Antes que me convidasse
Eu já estava por lá
Que mandou, quem pediu
Para a história começar
As lembranças são cicatrizes
Da alma são as varizes
Que bobagem tudo isto
Que bobagem
De sofrer eu não me assusto
Sei a saudade convencer
Mesmo que pese mais que o mundo
Não me esqueço de você
Que bobagem tudo isto
De morrer medo não tenho
Depois de morta não se sente mais o lenho
Ah. Que tolice, que bobagem
As palavras ditas continuam na aragem
Mais que a água o sentimento é penetrante
Perto um do outro
Ou, também, equidistante
a gota da chuva
a mão dentro da luva
o verde da planta
o pássaro que canta