Que bobagem tudo isto

Que bobagem tudo isto

Pois sei, ando por aí

Estou, queira ou não

Um é dedo

Outro é mão

Voando pelos flocos de algodão

Que bobagem tudo isto

Pois pensamento não obedece

A gente fecha os ouvidos

Mas ele não esquece

Há vários mundos em cada ser humano

Uns causam prazer

Outros, desenganos

Que bobagem tudo isto

Pois se alguém me convida a sentar

Antes que me convidasse

Eu já estava por lá

Que mandou, quem pediu

Para a história começar

As lembranças são cicatrizes

Da alma são as varizes

Que bobagem tudo isto

Que bobagem

De sofrer eu não me assusto

Sei a saudade convencer

Mesmo que pese mais que o mundo

Não me esqueço de você

Que bobagem tudo isto

De morrer medo não tenho

Depois de morta não se sente mais o lenho

Ah. Que tolice, que bobagem

As palavras ditas continuam na aragem

Mais que a água o sentimento é penetrante

Perto um do outro

Ou, também, equidistante

a gota da chuva

a mão dentro da luva

o verde da planta

o pássaro que canta

taniameneses
Enviado por taniameneses em 17/05/2011
Reeditado em 17/05/2011
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