FUI PONTE
Fui ponte entre sua inércia e minha ousadia.
Entre seu sossego e minha inquietude.
Fui ponte entre sua noite e meu dia.
Entre seu desprezo e minha solicitude.
Fui ponte entre seu quase nada e meu quase tudo.
Entre sua sisudez e minha alegria.
Fui ponte entre sua armadura e meu escudo.
Entre sua demora e minha agonia.
Fui ponte entre seu choro e meu riso.
Entre seu talvez e minha realidade.
Fui ponte entre sua ignorância e meu juízo.
Entre sua mentira e minha verdade.
Fui ponte para o seu rio.
Fui ponte para a sua estrada.
Fui ponte para a sua chegada.
Isabel Viviane
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Recebo com muito carinho a interação do meu colega, o talentosíssimo poeta, GafanhotoNegro.
Deem uma espiadinha por lá, vale a pena!
https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=228205
// Nefasta //
Eu que por tudo lutava,
Você retribuía indiferença.
Meu amor tu anulavas,
Me deixando em descrença.
Me trata com gentileza,
E mudas-te da água pra o vinho.
Me tomavas por realeza,
Hoje, sou um estranho no ninho.
Meus olhos, não mais encaras
Para mim não tem mais tempo.
Sinto que comigo brincavas,
Virei o teu passatempo.
Em teu ser não havia entrega.
Me tocava como a um qualquer.
Me dilacerando feito faca cega,
Sem um pingo de consideração sequer.
Dizia-me que “tanto faz”,
“Problema teu, teus sentimentos”.
Dizia-me de forma tenaz,
Me deixando em descontento.
Antes tarde do que nunca,
Enfim pra vida acordei!
Vivia um “amor de espelunca”
Mas que por ele eu pleiteei.
Agora chega, já basta,
Não irei lutar em vão!
Cansei do teu ser – nefasta.
Do teu viver de ilusão.
De ti eu me deixo ir.
Não olharei para trás.
Tenho esperança no porvir.
Aqui, meu amor se desfaz.
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