Que escondes poeta?
Cá com meu botões
Entre frases contundentes
E mais bordões
A figura da dúvida expressa:
Que escondes poeta?
Sob a lápide do teu peito
E sob a pálpebra selada
Da tua face amena e leito?
Não seria uma canção qualquer
Do bem querer, bem-me-quer
Do arrego a tua inspiração?
É senão tua fraqueza?
Que escondes poeta?
Sob essa face límpida,
Não seria a ferida, a vadia
Do teu desencontro com a vida?
É por isso que escreves?
Por querer o ser que é ser
Como só você pode ser,
E aplausos no Fim?
Ou uma vela e velório?
Tragédia e engano?
O impacto pungente
E expressão fremente? [Pra chocar...]
O que escondes poeta?
Entre tuas palavras malditas,
E frases bem construídas,
Se não ornamento a tua vaidade?
O que escondes poeta?
São sentidos profundos?
Sabe se é isso que o mundo
Espera de você, de sua vida?
O que esconde poeta?
E cá com meus botões eu converso
Nexo... bordões recomeço
E a dúvida expressa inda fica...