Que escondes poeta?

Cá com meu botões

Entre frases contundentes

E mais bordões

A figura da dúvida expressa:

Que escondes poeta?

Sob a lápide do teu peito

E sob a pálpebra selada

Da tua face amena e leito?

Não seria uma canção qualquer

Do bem querer, bem-me-quer

Do arrego a tua inspiração?

É senão tua fraqueza?

Que escondes poeta?

Sob essa face límpida,

Não seria a ferida, a vadia

Do teu desencontro com a vida?

É por isso que escreves?

Por querer o ser que é ser

Como só você pode ser,

E aplausos no Fim?

Ou uma vela e velório?

Tragédia e engano?

O impacto pungente

E expressão fremente? [Pra chocar...]

O que escondes poeta?

Entre tuas palavras malditas,

E frases bem construídas,

Se não ornamento a tua vaidade?

O que escondes poeta?

São sentidos profundos?

Sabe se é isso que o mundo

Espera de você, de sua vida?

O que esconde poeta?

E cá com meus botões eu converso

Nexo... bordões recomeço

E a dúvida expressa inda fica...

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 17/05/2011
Reeditado em 17/05/2011
Código do texto: T2974965
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