O FIM DAS PALAVRAS
As folhas amarelaram.
Minhas tintas secaram.
As canetas quebraram.
Os grafites acabaram.
A fonte secou?
Eu me pergunto dia após dia.
Tudo acabou?
Não acabou como queria.
Minhas palavras agora servem como combustível para a lareira.
Minhas folhas, minhas noites em branco.
Queimando, alimentando a fogueira.
A fumaça sobe com o que restou de mim.
Enquanto me ajoelho e peço para que na chegue ao fim.
As palavras me alimentavam.
Mas hoje só me mantém aquecido.
As linhas me mantém em pé.
Hoje, elas me deixaram caído.
Me sinto embriagado de magoas.
Mas deixe o tempo passar para que eu fique sóbrio.
Vejo a felicidade chegar. Então largo toda a inspiração que o tempo pode me dar.
Para eu poder vivê-la em teus olhos.