Dor de injustiça.
O mundo feito de injustiça...
Pedras, tropeços (castelos, fortunas).
Meus olhos choram sangue amargo,
o tempo não passa e a roda não para...
malditas paredes de opressão,
malditas madrugadas de choro,
de sonhos com demônios cruéis,
correntes pesadas,
portas arrombadas...
infinita ventania de desventuras,
séculos e séculos sem esperança de sossego,
milênios de lutas e guerras incuráveis...
como bonequinha nas mãos de um teatro,
fantoche ou animal de caça...
para onde correr: um abismo.
Um abismo repleto de vespas,
vampiros, víboras... repleto de agonia e choro.
Velas que rezam sozinhas na escuridão,
porque o sonho toda noite é pesadelo,
jamais dormir em paz,
jamais descansar em paz,
jamais morrer, jamais deixar esta condição.
Mas não todos: a injustiça escolhe a vítima,
a eterna vítima da espada,
a espada do império... o império da maldição.
A dor e a injustiça
sobre mim se instalaram
e não pretendem sair...