Poetisa camaleoa...
Num segundo o tempo se esparce e já não sou.
Numa noite troco de mascara e mudo de cor,
Por um segundo quase me caio e não estou...
Sorrio e tremo, temo e enfrento o que for!
Me surpreendo comigo, com minhas faces...
Não sou cruel, e nem mesmo sou maldosa,
Mas apenas vivo, hora meio cá, hora meio lá,
Vivendo e não vivendo esta incontrolavel fase.
meu quarto é desproporcional, as paredes nuas
levam informações desconexas e dispersas,
Minha cama é grande e vazia... Quase imensa!
Meu ventre claro e solitário... Ante a lua intensa!
Fragmentos soltos de mim me devoram a carne,
E o espirito se desfaz em sonhos que não lembro.
Esse silêncio morno cortando o efêmero novembro,
Enquanto a poesia doma meu sono a retina arde!