A Matéria do Poeta

A matéria do poeta

É imaterial,

É pétala que se desprende de si

E voa para alguém,

Algum doce olfato cordial.

A matéria do poeta

É para desmaterializar,

Metido que é,

Tudo quanto toca

O seu sutil poetizar.

A matéria do poeta

Se escreve com M,

De M-ulti, multifacetada,

Multitrabalhada, mutilada,

Como a realidade que ele espreme.

Espreme para que dela saia

A essência, e pingue gota a gota,

Até que a realidade seja apenas

Uma foto em preto e branco

E a sua poesia a realidade pintada.

Qual é a matéria do poeta?

É o símbolo,

Símbolo da esperança

Do que eu quero ver, ser,

Vencer a limitação do mundo!

Vem ser no mundo do poeta

Algo que ultrapasse o entendimento.

A matéria do poeta

É tão não-matéria,

Que não tem localização nesse espaço

Limitado do universo material,

Ela só se encontra nos entreversos.

A matéria do poeta é mais abstrata

Que o ser...

O que é ser?

É o que busca a matéria do poeta.

Douglas P
Enviado por Douglas P em 15/05/2011
Reeditado em 15/05/2011
Código do texto: T2972185
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