o Sétimo Motivo de Ser Rosa
Valsa...
Na dança, vejo teu rosto como visões
Como se de talvez em talvez fosse constituído
Perco-me em conflitos, confusões
Discorro comentários, confundindo passado e presente
Como uma órfã imagina ter seus pais
Imagino tua presença
No sétimo motivo de ser rosa
Em meu leito
Alentada pelos sons de distinta voz
Conhecida nos anos vividos e na perda sentida
Ao longo da partida
Onde deixamos de ser, nos tornando novamente dois
Separados, no sétimo sentido de sentimentos
No conflito eterno da razão
Tornamos-nos opostos
Como céu e inferno
Luz e trevas
Companhia e solidão
Valsa... Lenta
Desprovida de refúgios
Sinto-me vazia e temporária
Como uma construção sem utilidade
Sendo apenas rosa proferindo ais
Na imensidão do recanto
Fingindo solidez estando demasiadamente amassada
Fingindo perfume estando longamente desprovida de vida
Sendo apenas por existir
No sétimo motivo de ser rosa...
(Amada por aqueles que não conhecem
Possuindo luz e sombra
Clama e fogo
Inquieta por estar
Alentada pelas pequenas brasas
Aquecida pelo esquecimento)...