EU AMEI!?!
Ta, já sei.
Admito que a dor que causei
Apagava o brilho nos olhos
Da estrela que um dia alcancei;
E que, aprendendo a viver iluminado por ela, agora nem sei,
A diferença do escuro pro claro;
Que me fazia tão feliz e que, pateta, eu desperdicei.
Eu já sei.
Picado pela cobra que criei!
Reconheço a culpa, o dolo... errei!
Arrependimento não mata;
Ao menos ainda não, já outra hora, nem sei!
Mas que chegue essa hora,
E com todo orgulho meu último grito será – EU AMEI!!!
Será?... Amei?!
Mentira, galhofa, balela; bem sei.
A verdade é que AMO.
Me recuso a esse tão mero “amei”.
A cobra, o amor... é tudo fruto que cultivei.
Mas, a cobra eu mato.
Já o amor... com sua licença, repito que AMO.
Nunca mais digo que amei.
É, revisei.
E a essa questão o tempo eu não subestimei,
Já que o pretérito perfeito
Soa tão imperfeito quando rima com “EI”.
E se uso o presente, ele me da de presente a homenagem que tanto busquei.
E que Faz tão mais jus ao brilho,
A força,
A plenitude, da estrela ascendente que “nunca mais digo que amei”.