Liberdade!

Esther Ribeiro Gomes

Num longínquo treze de maio,

depois de sofridas labutas,

os negros, que os brancos escravizaram,

a liberdade, enfim, conquistaram!

Mas ficaram à mercê da própria sorte,

desorientados, sem vislumbrarem um norte,

desamparados, sem casa, nem pão,

esses negros valentes, nossos irmãos!

Nas fazendas onde eram bem tratados,

sem ter aonde ir, pediam para ficar,

pois sabiam que não sofreriam perigos

e eram contratados com salários dignos.

Mas onde foram maltratados, iam embora,

para, esperançosos, recomeçarem sua história!

Ainda hoje sofrem muito preconceito,

de pessoas que batem no peito

e se julgam de raças superiores...

Mas esses são tolos, não sabem de nada,

não percebem como é curta a nossa estrada!

Somos todos iguais, a alma não tem cor

e só o que se leva desta vida, é o AMOR,

que se doa sem querer louvor!

Nestes singelos versos, presto uma homenagem

aos negros valorosos, gente de coragem,

que apesar de massacrados por tanta gente vil,

deram a volta por cima, que raça varonil!

Homenageio também meu amado bisavô,

que alforriou seus escravos antes da Lei Áurea,

mas, depois de libertos, em sua fazenda permaneceram,

pois gostavam dele e sua bondade reconheceram!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 13/05/2011
Reeditado em 13/05/2011
Código do texto: T2968600