((((_ ÚLTIMO BEIJO_))))

Pesadas mãos no azeite preguiçoso da vida

atos antigos com tão pouca esperança vivida

Mil imagens de mim igualam a carne

Mil olhares - irmãos perdidos - partem.

Não é tarde, porém: sacode a lama,

ergue as mãos e o amor chama

e recomeça: acaba de nascer

de inútil sofrimento - é dado - vil prazer.

Chovam as estações - soprem os ventos

És tu (amor) o maior dos sentimentos

alimenta-me do ar proibido

de um sonho em frasco de vidro

pés involuntários num andaime ou sob um pinheiro

à espera que cresça no ouvido os fragores do sol

e a tristeza seja uma sombra de nuvens sobre os desejos

e finalmente eu possa cerrar meus lábios num último beijo

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 13/05/2011
Código do texto: T2967913
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