_((((:::AMOR EM RENDA:::))))_
Que renda fez a tarde no jardim,
Quando a hora não quer?
Ah! não digas que não ao que os teus olhos
Colhem nos dias de irrealidade.
Num sonho de tecido que tece a eternidade.
E sob a sua eternidade fica só a memória
Do silêncio que fala estando calado
O que existe é vento, eles passados, que, enfim,
Cortam a flor que no jardim plantei tão fundo.
As minhas cartas leia-as quem quiser!
Torne-se público este momento
E o amor a quem chamei — sou mulher —
A outros não derramei o sentimento!
Fontes do prazer - teço o leito em pétalas e lume!
E em cada noite a outros não darei perfume!
Ontem e hoje. É o resto dum rosto sem carne;
Duma estrela que foge. Dum sol que não se move
Nuvem subindo, anis que se evaporam...
Assim, que uma lágrima sentida
Traga a certeza de que alguém me chora!