Espera
Esperei sem que o tropeço do tempo
pudesse num abracadabra se manifestar
trazendo-me melancolia como chuva incessante
que de tanto cair de tristeza em mim me fizesse chorar.
Esperei à beira de um mar de águas claras
com desejo intenso de lançar-me içando velas
como barco sem rumo ao sopro de brisas raras
navegando calma viagem entre as praias mais belas.
Esperei sem que a solidão invadisse minh’alma
longe do tempo dorido, da chuva e das tempestades.
Queria que nenhuma saudade matasse-me à beça
pra termos em nós dois inteiros e não duas metades.