ABRAÇADO A MEU TÉDIO!!!

Ao sentir-me,

Acredito que não quisera ser eu.

Tudo gira a meu redor,

E hoje eu sei, sem o meu "eu" seria pior.

Sigo em frente salvando meu ideal.

Hoje não sei, porque achava tudo por demais ruim.

Custo a amar e desamo com facilidade.

Padecer na solidão será o meu fim.

Ao remoer pensamentos torno-me cético.

Esbarro em certos fracassos,

Não esqueço o fantasma da ingratidão.

E hoje sei, mas não compreendo;

O enorme rancor ancorado no coração.

Assim meu tempo passa

Feito uma rajada de vento frio,

A insegurança entra pela janela.

Implacável, vem abraçar-me.

Já nem sei, atraco-me a ela...

Na estrada do amor,

Andei envolvido em muitos lençóis,

Jamais alguém realmente amei.

Se eu era frio, com o tempo congelei.

Desamei, quem eu sempre esperei.

No espelho da autocrítica,

Minha poesia é degradante,

Meu egocentrismo desaprova os versos podres.

Não penso em imortalidade literária.

Afinal, quem é que se lembrará de mim?

Escrevo sobre minha dor e provoco outras dores.

Mergulhado na penumbra da solidão,

Enquanto o mundo tomba sonado,

Cá do meu cume, vigio uma paixão.

A madrugada fria faz lembrar.

Tento definir meu sentimento,

Um dia o amor para mim acenou,

Morreu, sem despedidas nem brigas.

Nos escombros da mente algo ficou.

Sinto não tê-la sentido...tanto!

Às vezes quero voltar ao tempo.

Noutras vezes não sei o que quero.

Descarto flertes e não me condeno.

Vê-la, ainda que à distância, ainda espero...

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 30/06/2005
Código do texto: T29641