ERMOS CAMINHOS
Sinto, hoje, o coração tantalizado,
De onde me impuseram os castigos
Se nos meus anseios me é negado
Até mesmo o menor dos amigos?
Ou se a vida me impôs este fado,
Se dos céus escreveram o meu nome
Em dor, em sangue desalentado,
Agora este peso que me consome?
Mas sou feliz que causa inveja,
Sou abençoado com mesa farta,
A noite mágica para mim rumoreja
Que o prazer vem a mim e não tarda.
E não entendo o meu contentamento
Que não exige, lá, muitas riquezas,
Apenas o céu, a lua e o doce momento
De ver nos lábios teus, as profundezas.
Eu vou por esses ermos caminhos
Pisando descalço em pedras escarpadas
Me arrastando em seus vis espinhos
Sob nuvens, no céu, carregadas.
(YEHORAM)