Humanidade Desumana
Se feliz é poder voar,
É correr por pastos,
Pular de galho em galho,
É brincar num espantalho
Sem ter medo de se espantar.
É não ter medo de sair,
É até ter de quem fugir
Podendo, quem sabe, escapar.
Mas é injusto e cruel
Matar por vaidade,
Por um casaco ou uma bolsa,
Matar sem piedade
Como se fosse uma mosca.
Matar por pele, por marfim.
Matar um elefante, um guaxinim.
Extinguir um tigre em busca de virilidade,
Criar chinchilas pra matar a vontade.
Matar baleias por diversão
Ou caçar felinos por emoção.
Foi Deus que nos deu esse direito
Ou é o homem que não tem respeito?
Homem, ser humano,
Mas o que tem de humano nisso?
Passam-se centenas de anos
E nunca acaba esse feitiço.
Parece que entregamos a alma ao diabo,
Matamos macacos para arrancar o rabo,
Matamos aves por suas penas,
Mas acho que elas têm penas de nós.
Seres inúteis e egoístas,
Com prioridades fúteis e capitalistas.
E a natureza, quem vai cuidar?
A paciência dela vai acabar.
O troco vem nos terremotos,
Tissunames e maremotos.
É... Um dia ela acaba com a gente,
Mas vai ser melhor assim,
Pois o que guardamos pra ela não é diferente!
Walter Vieira da Rocha
11 de maio de 2011 às 12h20min