Dilema pessoal

Quem de nós

vai poder negar

que a paixão tomou conta do olhar...

eu te amei muito

mesmo sem te conhecer,

e a verdade é que a verdade

não se deixa conhecer.

Você tem planos pro passado

imaginado a mil por hora...

você quer vida, quer o vento,

mas quer tudo sem demora.

Com certeza o pôr-do-sol

pode ser visto até de noite,

se fecharmos bem os olhos,

mas abrirmos o coração.

Eu posso até morrer

de querer e de querer,

eu posso até chorar,

mas sem motivo não vai ser,

porque a paz universal

é um dilema pessoal

e as pessoas que eu conheço

são de um mundo espacial.

Você tem medo de amar,

mas eu tenho medo é de mim,

e qual de nós dois será

que chegará primeiro ao fim.

Com esse vento voa o tempo,

eu só preciso de alguém,

vou abrir bem as janelas

e deixar que a ventania quebre os copos

cheios de mim, cheios de vinho, sangue

e outros nomes sem sentido.

Quanto raio,

quanta luz azul no céu...

você me olha em olhos tão escuros

quanto o céu da madrugada.

E me pergunta onde eu moro,

o meu nome, sobrenome,

anti-nome, subnome, apelido...

que quer com isso...

quem vai saber.

Volto a lhe dizer:

olhe pro seu próprio chão...

pois ele é imenso e louco

como o seu coração.

As paredes do meu quarto

têm marcas de depressão,

que de tempos em tempos

ficam mais evidentes, sem razão...

Hoje de manhã um passarinho verde

apareceu morto no meu jardim...

parecia o espelho da saudade

que eu sinto e não tem fim.

Meu amor, esqueça o sol de amanhã,

pois as sombras e luzes da noite

dão margem a qualquer motivo pra viver...

motivos que fazem o vento correr um pouco mais,

os olhos se fecharem com mais confiança

para que a imaginação deixe a alma livre

pra tocar o chão e pra voar além dos limites

e encontrar a sua verdadeira essência.

Talvez eu, talvez você, talvez nós dois...