Para Justine ou A Liturgia de Sade.
Sob a pele que esconde tal sangria
Avaria na cor púrpura do drama
Quando a chama tortura que alivia
Arrepia neste nervo que se inflama.
Morde a língua, engole teus gemidos
Teus sentidos serão sempre confusos
Dentre usos e abusos sucedidos
Possuídos dos prazeres mais escusos.
Guarde os beijos na pele lacerada
Tatuada no fausto da sevícia
Que a delícia da carne supurada
Mais amada quão próxima carniça
Pois atiça na fé desesperada
Consumada no rito desta missa.