Sobrevoas
Na esquina um alpendre, abriga-se da chuva aquela que produz gotas intermináveis nos rostos humanos, ela olha, observa e mira seu cetro, sua foice, seu instrumento de trabalho...
Quando ela virá? alguns indagam. Quando se apresentá a nós? Outros perguntam.
Somente no esvoaçar de sua longa e larga vestimenta é que se escuta o aviso, frações de milésimos, som seco e estridente, som individual, único...
Sobrevoas as famílias da terra, as esquinas, os botecos e zonas...
Sobrevoas as igrejas, cinemas e lugares de entretenimento e levas para as regiões mortais do silêncio aqueles a quem te aprouver levar...
e no final do dia, das horas, dos tempos e das eras, saboreia o cálice do vinho do teu trabalho e desfruta de tua recompensa.