Alpendres
Alpendres, as varandas das poesias,
a cordialidade dos serenos espaços
nos recebendo visitantes do céu.
Apreciar as estrelas vendo-as brilhar,
olhar para o alto em silêncio,
aquietar os olhares tão ansiosos.
Dirigi-los à lua saudando-a com um piscar de olhos,
com a mente em paz fazer-se entendido
abrindo o coração à franqueza dos noturnos dizeres.
Sentir a brisa acariciando os segredos,
mantendo a chama da intimidade como se em uma candeia,
esboçar um alegre sorriso ou mesmo um meio.
Receber o sereno da noite como bênçãos,
viajar numa carruagem de um condutor de esperanças,
surfar as nuvens sonâmbulas.
Visitar no céu as poeiras de muitas lembranças,
percorrer calmamente os caminhos e vias,
trajetórias em ritmos lentos de remotas andanças.
Alpendres, varandas poéticas,
a noite ali residindo inconteste
na luz transparente da beleza celeste.