Alpendres

Alpendres, as varandas das poesias,

a cordialidade dos serenos espaços

nos recebendo visitantes do céu.

Apreciar as estrelas vendo-as brilhar,

olhar para o alto em silêncio,

aquietar os olhares tão ansiosos.

Dirigi-los à lua saudando-a com um piscar de olhos,

com a mente em paz fazer-se entendido

abrindo o coração à franqueza dos noturnos dizeres.

Sentir a brisa acariciando os segredos,

mantendo a chama da intimidade como se em uma candeia,

esboçar um alegre sorriso ou mesmo um meio.

Receber o sereno da noite como bênçãos,

viajar numa carruagem de um condutor de esperanças,

surfar as nuvens sonâmbulas.

Visitar no céu as poeiras de muitas lembranças,

percorrer calmamente os caminhos e vias,

trajetórias em ritmos lentos de remotas andanças.

Alpendres, varandas poéticas,

a noite ali residindo inconteste

na luz transparente da beleza celeste.

Paulo Henrique Frias
Enviado por Paulo Henrique Frias em 10/05/2011
Código do texto: T2961507
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