AGONIA ETÍLICA

Embalado pela lua
Dança ébrio itinerante
Universo delirante
De uma mente em agonia
Vadia com corpo demente
Rebola com ginga imprecisa
Pé na frente, pé atrás
Nem sabe o que faz
Pobre criatura
Refém da loucura
É dessas coisas da vida
Que ninguém sabem
Ninguém viu
De onde veio tal caricatura
Esta ali, esfarrapado,
Como seu espírito deviante
Viajante da noite crua
O licor que embebeu
Sua nitidez do dia
É de um doce amargo, cruel
Que vem travestido de balsamo
Na tola intenção
De aliviar a ferida
Da realidade mórbida
O primeiro gole
Nem lembra
Do ultimo
Tem saudade
Velhaco fedorento
Procura em algum olhar
Compaixão
Ou quem sabe,
Perdão
Mas o olhar que devia
Mais buscar piedade
Esta ali, no espelho
Que seus olhos nem ousam
Fitar.


Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 10/05/2011
Código do texto: T2960241
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