- Grande mar

Ao atravessas a rua, paro e penso no que deixo pra trás; a roupa não vista, a vista mal olhada, o olhar incerto; ás vezes me pego á refazer os passos errados na minha mente, acho que pra tentar mudar os erros; e me pergunto se isso seria o suficiente.

Ao repensar todo meu passado, amargo e doce; feliz e triste.

Venho a imaginar o que teria acontecido se ao invés dos “sins” eu tivesse deixado os “nãos” e vice versa. Talvez tivesse errado menos, ou não vai saber.

Hoje só queria pestanejar e esfriar a cabeça. Deixar pra lá tudo que foi dito, prometido e aguardado; afinal a vida tende a seguir seu curso e problemas sempre virão...

No final das contas, quando você parar de ver apenas os problemas, verá que existe alguém que estava procurando por você, são essas coisas que o destino nos imputa – se é que ele exista –.

Hoje só queria chover; chover e derramar sobre o mundo a minha vida, experiências e frustrações.

Queria nascer sol na manhã seguinte e secar toda a água espalhada pela terra, tornando assim a trazer de volta todos os sentimentos que expus em gotas.

Hoje só queria chover, alegrias e dores; amor e amores. Chover para esquecer, chover para lembrar; a noite chegou e é já a hora de começar outra vez.

Hoje quero gritar, e contar ao meu coração que ele não tem mais tanto poder, que pode já parar de doer e que pare de vez de lutar pra vencer.

Que a certeza eloqüente é e que mais tem razão, que as dores que matam vêm de ti coração, e o sangue que esvai sai de ti solidão!

Vou berrar aos meus sonhos que terror não faz bem, que as lembranças de ti já pertencem a alguém e que os medos que tenho vão embora de trem.

Que de tudo que tenho e que tive também, na verdade que digo e na falta de alguém; que o que peço seja ouvido e se cumpra também.

Pois da vida serena tanta coisa pequena que não sobre ninguém, das promessas falidas das partidas sofridas sempre fico em alguém; seja pouco ou pequeno e pereça desdém o que digo é verdade... Amor não se retém.

Se parece loucura olhe o mar outro dia e refaças se pode sua humilde e vazia serenata de amor. O mar canta pra lua que deseja do sol um intenso calor.

Mais nas sombras marinhas o sol se põem de tardinha e a lua sozinha com paixão renuncia seu viril resplendor; E nem sabes que ali o seu mar a sorrir despeja aos seus pés rios de grande amor.

E quem vai entender o que o amor vem dizer...

- Quando a lua me toca e o sol vem deitar; só eu posso dizer e quantificar a imensa dor. Minhas lagrimas formam rios, eu me afogo em meu próprio lar, já me sinto tão sozinho que nem sei se ainda posso por acaso me proclamar um grande Mar.

Paschoal George
Enviado por Paschoal George em 10/05/2011
Código do texto: T2960183
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