Chamaste meu nome?
Por que chamaste meu nome?
Porque chamaste meu nome
tenho agora dúvidas
onde, antes, só havia a certeza...
a certeza da insignificância.
Mas, agora, existe a pergunta...
por quê?
Se no fundo de tuas dores,
no latejar do desamparo...
chamaste justo meu nome (como dizem)...
que devo eu pensar?...
Em meu peito estala uma dor,
uma dorzinha miúda
de quem vê no quintal um broto...
um broto ainda de amor.
Mas ainda um gostar incerto.
Uma afeição disforme.
Mas tu, então, chamas meu nome?
Que diz isso ao meu coração?
Seria afeição mútua?
Seria amizade reencontrada?
Ou amizade recém-achada,
ainda não formada?
Ou nada...?
Recordo os segundos passados,
a leveza do encontro,
a luz em volta de tudo...
nada diz com certeza.
Mas, então, tu chamas meu nome...
Difícil fingir que acredito ser nada.
Porque em mim dói esse pensar.
Dói meu peito a esse pensar.
E por quê?
Também creio que tu não saibas.
Talvez pulse confuso em ti o mesmo sentir,
talvez se arrependa de me chamar o nome,
talvez sim e talvez não.
Talvez em tua dor teu coração tenha falado.
Talvez seja tudo um grande engano,
um grande exagero.
Não creio.
Não é isso o que sinto aqui no peito.