Tempo, vento e chuva fria
Essa poesia
escrita a lápis
em noite de vento e chuva fria,
em um bloco florido,
tem um colorido,
expressão de caótica harmonia.
O livro de Quintana,
o rádio (futebol e Encantado):
a Portuguesa ainda respira,
o Grêmio na libertadores,
escritor e radialista homenageados,
em noite de vento e chuva fria.
Um retorno no tempo
além de qualquer lembrança,
eis-me nos anos 70
ouvindo rádio na varanda
em dia de vento e chuva fria,
noutra primavera (outra criança!).
A Bruna Lombardi e a Pitty,
a Maria Rita e a Rita Lee
no Altas Horas
não deixam dormir;
guitarristas solando energizados
e o vento entoando um salmo.
Ulbra TV (POA-RS),
filme antigo em preto e branco,
Van Halen (jump!) na MTV...
Na noite fria vai a poesia
mesclando passado e presente
nesta primavera (noutra sintonia).
Essa poesia
em noite de vento e chuva fria,
na primavera desse dia 19,
fala da volta no tempo
à meia luz, ao som do rádio,
no embalo frio do vento.
(Vento de oceano
soprando na praia
em dia de frio e chuva.
Vento ressoando,
impondo a voz de barítono,
levando a chuva de roldão.)
Tempo perdido no passado
reencontrado no presente...
...espontaneamente!
Levou-me a estados
que eu julgava
perdidos na minha alma.
Expressão de caótica harmonia?
Sei lá!
Essa idiossincrasia,
em noite de vento e chuva fria,
levou a momentos pretéritos...
Viajei no tempo!!
O resto é novembro de 2006.
(A ponta do lápis quebrou.
Cadê minha caneta verde?
Verde como os olhos da Bruna...
Como os amaricás...)
Boa noite.