Poeta de Momento
Só há uma saída na vida
Pegar pena e tinta e escrever:
Uma palavra, uma luz fulgida
Revelando o desespero de viver.
Palavras surgem incongruentes no pensamento
Entre rabiscos e borrões, a dor dá vazão
Aos desejos e angústias sem fingimento.
O suor despregando no esforço da mão.
O papel amarelecido e cansado sustenta a fibra
De doidamente dizer sem saber,
Embevecido nos delírios da fúria desabrida
Onde se escreve de tudo ou nada por prazer.
E de várias formas mostra o sentimento:
Lírico, profundo, inexplicável, sem razão.
E no suspiro da escrita, eis poeta de momento.