A escada

O pé que pisa na pedra

sobe degrau por degrau

o alto temor à queda

do enfalso poder do mau.

O passo que leva o ente

eleva aquele que cresce.

O degrau, igual a mente,

faz quem sobe e faz quem desce.

O pé que ao corpo sustenta

percorre escada devida.

A pedra estática é fria

na descida e na subida.

A mão no bolso, na escada,

eleva o risco à descida

a mão no bolso, no tempo,

consome o tempo e a vida.

Quem sobe escada, demora.

Pinga suor e se cansa.

Quem desce em si, se derrama,

e nem mesmo a si alcança.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 09/05/2011
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