Selva de Onamatopeias
Meus ouvidos musicais
tão acostumados à lira,
sempre admiraram os sons
das matas, da infância, em Itabira,
mas, alguma coisa estranha
ronca agora no ar...
Meus tímpanos rejeitam
os sons que ouço agora,
não são sons que desejo
não há nenhum arpejo,
nem são sons de realejo,
nem são aves a cantar...
Alguma coisa no ar está estranha,
ouço um som, mas não é som do machado,
o homem não se contenta com pouco.
O homem é louco, o homem é fera,
o homem nunca se satisfaz e nem espera,
indignado ouço o som da motosserra...
E um passarinho triste se despede da floresta.
Enquanto aqui, a festa termina em marcha fúnebre...
Pam, pam, pam, pam... Pam, pam, pam, pam, pam, pam, pam.
Puxa Homem!
Até quando a insensatez?
Pam, pam, pam, pam... Pam, pam, pam, pam, pam, pam, pam.
Puxa Vida!
Aonde vai nosso Planeta?
Pam, pam, pam, pam... Pam, pam, pam, pam, pam, pam, pam.
-Puxa-morte!
Que som horripilante!