Selva de Onamatopeias

Meus ouvidos musicais

tão acostumados à lira,

sempre admiraram os sons

das matas, da infância, em Itabira,

mas, alguma coisa estranha

ronca agora no ar...

Meus tímpanos rejeitam

os sons que ouço agora,

não são sons que desejo

não há nenhum arpejo,

nem são sons de realejo,

nem são aves a cantar...

Alguma coisa no ar está estranha,

ouço um som, mas não é som do machado,

o homem não se contenta com pouco.

O homem é louco, o homem é fera,

o homem nunca se satisfaz e nem espera,

indignado ouço o som da motosserra...

E um passarinho triste se despede da floresta.

Enquanto aqui, a festa termina em marcha fúnebre...

Pam, pam, pam, pam... Pam, pam, pam, pam, pam, pam, pam.

Puxa Homem!

Até quando a insensatez?

Pam, pam, pam, pam... Pam, pam, pam, pam, pam, pam, pam.

Puxa Vida!

Aonde vai nosso Planeta?

Pam, pam, pam, pam... Pam, pam, pam, pam, pam, pam, pam.

-Puxa-morte!

Que som horripilante!

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 09/05/2011
Reeditado em 19/09/2019
Código do texto: T2958631
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