amor acrílico
meu peito
a clara luz do dia
clama pela vórtice do teu ser
lança o laço que laça
o ardor do bico rosado do teu seio fraco
passa cortante por inteiro
pelo leito e clama
clama e grita
ao contato do teu corpo que inflama
meu peito
sussurra e chora
ao beijar o teu ventre derradeiro
corpo acrílico no leito pede
por teu acrílico sexo
silenciosamente penetro
entrelaço amorosamente
teu ser estremecido
sob o jugo do meu ser
meu peito
arfa desperto
pelo barulho agridoce do rádio relógio
suspira aliviado pela urina quente
em contato com a fria louça do sanitário
estremece
na tépida claridade do frio
frio que varre
a pouca quentura que há
meu peito
a clara luz do dia
lembra a noite quente
saudoso
que ficou no quente leito
apago a pouca luz
que havia no amor recente
se escurece morre
em cima do leito quente que era
meu peito
tépido gelado
chora ri dentro do quarto frio
beija no lençol
teu rosado seio que se foi
meu peito
morre... afogado
num copo de bar
afogado dentro da noite
melancólica de um sábado
pastorelli