RÉU CONFESSO
(Homenagem a Pablo Neruda)
por Maria Luiza Bonini
És de um viver intenso, réu confesso
Por teus ideais e amores conflitantes
De corpo e alma te fizeste amante
Coerentes sonhos por ti possessos
Fez de ti um dos mais nobres defensores
Dos direitos do homem, em igualdade
N' uma árdua luta para demover a sociedade
Das cruéis injustiças e seus horrores
És o exemplo de que a arma do poeta
É sua pena, a bradar ao mundo, incessante
De forma tão singela, a semente germinante
Em tua luta desigual, entregaste o sagrado
N'um derradeiro ato altruísta, à mãe da natureza
Doando a tua valiosa vida_ pr'a morrer_só de tristeza...
***
São Paulo/Brasil
Agosto, 2010
'Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes... o idioma. Saímos perdendo... Saímos ganhando... Levaram o ouro e nos deixaram o ouro... Levaram tudo e nos deixaram tudo... Deixaram-nos as palavras'
Pablo Neruda
(Premio Nobel de Literatura 1971)
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