A noite

A noite vem clara... Evidente. Clarividência.

Lancei-me pelas ruas... Cuidados com meus gatos pretos...Sorrisos alados... Olhos amarelados... Garras afiadas.

A lua dança... Diz-me que ainda sou matreira criança.. .Que ainda danço com calcanhares soltos...

A noite diz o contrário... Diz-me que acalentar sonhos é sinônimo... É convexo...

Retiro as mãos... Solto os cabelos... Adormeço antes mesmo do calendário.

Salto para as ruínas... Dispo-me e nem sinto a pele arrepiar com o frio... Sou vasto e repleto controle... Controlo até os olhares que soam.

Morremos todos...

A noite criou o seu invólucro perfeito... Dita o deitar em fonte desconhecida... Dita as nuvens e o sono... Dita as amarguras... Dita os olhos perdidos... Ditos.

Olhei as ruas... Veias e metas... Asfalto e setas...

E o antídoto é fraco... Pulsa desanimado o andar falho... E as estrelas são contas... Brincadeira de fazer explodir o que cansa.

20:03