Solidão

Solidão

Deitado no meu leito, oiço a solidão,

Teus passos leves são o sopro,

O respirar onde se ainda ouve o bater do coração,

Não faço frente ao acaso,

Oiço o mundo que me acusa e me aponta,

E quebra meu laço,

Já levantei do Pó, e caio de novo,

Não há juras, nem vontade, nem dó,

Olho o horizonte e nada espero da bruma espessa,

Mágoas sem nexo, como quem foge do gigante malvado,

O Adamastror que tudo leva em sua fúria,

Devasta minha vida na sua ira,

Minha canção ficou, mas sem melodia,

Sem o toque da lira,

Em minhas mão poucas linhas restam,

Tudo finda, no olhar que me diz não!

Tudo é pó, todo o amor se desfazm

Num murmúrio...Solidão.

Nenúfar 9/4/2010