Deixa que o silêncio indefina
O que resta por lembrar ainda
Para poder compor o que ainda sou
E deixa tudo escuro assim
Que não sou feito dessa luz em mim

Deixa ao dobrar a esquina
O que não voltou e finda
Deixa ir tudo o que acabou
Deixa acabar justamente assim
Este pouco que resta de mim
Que é só o que realmente resta
E que o silêncio indefine
E a escuridão oculta
E decompõe a parte que te cabe
Em mil pedaços indefiníveis
Que nem cabem neste silêncio

E se acaso esse ocaso durar
Por acaso mais que o acaso
De se indefinir completamente
Esse silêncio que dura em mim

Se for o caso, deixa ao acaso
Ainda haver alguma luz no fim
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 08/05/2011
Reeditado em 26/05/2021
Código do texto: T2957052
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