Tebas(Poema 21)
Tebas
as vítimas da Indonésia
A grande Tebas ilumina-se com archotes
A luz fraca, bruxuleante, monótona...
Grande Tebas de Édipo, mãe de todas as
Religiões misturadas, de todos os tipos humanos.
De todo e qualquer vislumbre.
Tebas de escravos e senhores, de homens
Que passam pelas ruas com as clâmides esvoaçantes,
Mulheres carregando suas vulgares e simples, tão simples
Mercadorias vendidas por mercadores sem coração, alma,
Mercadores de negros e vis pensamentos, pensamentos metalizados.
Homens que enriquecem seus bolsos cheios, homens sem tino para a
A essência da vida, homens neuróticos, histéricos, falastrões, estúpidos e boçais.
Tebas de inúmeros guerreiros, homens valentes
Que arriscam sua idoneidade para salvar crianças
Que ao tornarem-se adultas expulsarão estes mesmos heróis...
Tebas de riquezas, belas mulheres, vinhos, estátuas recém- pintadas...
A grande cidade vaza seus olhos num sangue intransigente,uma
Grande cega moribunda, ignominiosa, fútil e indecorosa...
Tebas que monstros e criaturas condenas pousam
Garras e aniquilam com ferocidade nunca vista
Por olhares humanos ainda trêmulos.