Vidas que se perdem

Ouço vozes desconexas

num clamor que não tem fim,

muitos gritos sufocados,

nas cidades, nas favelas, os motins.

Mas existem moucos.

Uma bala, outra bala e muito mais

o caos abrindo um leque sem parar,

drogas misturadas ao terror,

sem ninguém para controlar.

Mas os moucos não acabam.

Dos penhascos, as enchentes

descem e levam barracões,

muitas vidas soterradas

aniquiladas entre os lixões.

Mas os moucos, são os mesmos.

O alcoolismo aumentando

dia a dia, em cada praça,

e nas estradas do país,

cada minuto, mais desgraça.

Os moucos com seus pedágios, não resolvem.

Tantas pragas propagadas

na violência em servidão,

a polícia, no canto encolhida

precisando proteção.

Mas os moucos, refestelam-se.

O amor sendo minado

num cordão sem ter sentido,

tantas vidas esquecidas

porque ninguém dá ouvidos.

Os moucos preferem propinas.

Os moucos vivem mergulhados,

ocupados em missões de paraísos

e uma prole, desolada vive louca,

se perdendo depenada nos confiscos.

Para acharmos as vidas perdidas,

precisamos perder os moucos.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 08/05/2011
Reeditado em 16/07/2015
Código do texto: T2956580
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.